Antes de iniciar as considerações a cerca do IV FAMU (Festival Anapolino de Musica), é importante parabenizar a prefeitura da cidade de Anápolis e a Secretaria de Cultura, juntamente com os parceiros Ana Shopping e Coletivo Pequi pela iniciativa, e admirar a grandiosidade dessa edição que se empenharam a produzir.
O Som
Nesta edição podemos notar que os músicos tiveram a sua disposição equipamentos da maior qualidade. Em minha opinião, a equalização foi um tremendo fracasso na maioria das apresentações: não se escutava a caixa da bateria e o chimbal, atrapalhando significamente todos os grupos que tocaram. Alguns microfones deixaram as vozes com uma proporção insignificante, e somente em algumas bandas se escutava o baixo.
Iza Valentim (interpretado por outra pessoa)
Foi o primeiro a se apresentar e cometeu vários erros, um deles foi tentar explicar a música antes da execução, lembrando que em alguns festivais isso é expressamente proibido. A música por si deve se resolver sozinha, transparecendo que os jurados e o público seriam incapazes de entendê-la. Lendo a letra, conseguiu várias vezes engasgar, demonstrando que o mesmo mal conhecia a música de autoria de outra pessoa, segundo ele sua amiga. Destaque para o baixista que mal se moveu, dando a impressão de estar paralisado transmitindo assim toda emoção contida na letra.
Celso Galvão
Fez uma apresentação simplória sem nenhum requinte. Leu a letra, que por si só em festival é um pecado imperdoável. O baterista fez umas viradas nada a ver. Faltou algo que chamasse a atenção, parecia que estava tocando numa churrascaria e não somou nada a letra, que também não era de grande destaque.
Davi Pedro Saad
O garoto que foi perguntado pelo apresentador quantos anos tinha de música e este disse uns dez anos, mal moveu os lábios a música inteira e ninguém escutou nada. Com certeza a música não era dele e dava pra perceber que nunca tinha cantado nem no chuveiro. A música repetitiva com uma fraquíssima banda que executou arranjos bem fora do contexto. Esses foram um dos piores da noite.
Chapéu de Palha
Foi uma das melhores apresentações vista nesse dia, levando em consideração a estrutura rítmica com variações bem colocadas e arranjadas. Foi uma pena não conseguirmos entender nada da viola tocada por falta de volume. O vocalista teve uma ótima apresentação. Não foi possível entender uma boa parte da letra cantada, porém com boa melodia.
Banda Gamine
Nessa banda havia sim algo que chamou a atenção dos homens, óbvio: uma banda formada só por garotinhas bonitas, que com exceção da vocalista, bastante afinada, estão todas iniciando no mundo da música. Musicalmente fraquíssima uma canção tipo Pitty, só que sem a pegada de bateria e muito menos uma boa marcação de um baixo. O baixo e o bumbo da bateria não acertaram uma, a guitarrista, para horror de todos os músicos, fez um solo tão ruim, lento, sem feeling, morto, que Jimi Hendrix se envergonharia com tremenda falta de criatividade.
Banda Iranya
Apresentação difícil de escutar, uma guitarra com distorção tipo Zoom 505, o péssimo baterista fora do tempo e o baixo ninguém escutou, porém o baixista ainda teve um grande papel na má apresentação: fez um back vocal horrível que se já estava ruim até aquele momento, jogou a música com uma letra medíocre ladeira a baixo.
Ismar Ferrais
Cantou uma daquelas melodias que você sempre acha que já escutou bastante: previsível. Destaque para o baterista que entrou errado na música fazendo com que os outros músicos ficassem doidos para achar onde estavam. Ouve um solo de guitarra que ninguém escutou. Foi hilário ver o cara com uma guitarra Flying V tocar uma coisa meio Falamansa.
Mute
Foi bastante interessante ter quatro vozes, só que precisavam estar divididas para se justificarem no palco. A banda estava notoriamente desentrosada: o baixo tocou a música em outro tom, ou seja, um tom só dele. Microfones estavam baixos. Pelo porte da banda se esperava mais.
Paulo Nascimento
Cantou uma música simples, porém sem chamar atenção por ser muito repetitiva. A garotinha cantou alguns trechos só para participar mesmo. A minha impressão é que ela subiu ao palco só por ser uma criança engraçadinha e isso não somou musicalmente. O violão, como em todas as apresentações, agudo ao estremo.
Adhemar Quintanilha
Teve uma boa apresentação, com violão bem tocado e frases interessantes. Deu umas deslizadinhas na voz e uma melodia sem nenhum grande desafio. Uma letra com rimas pobres e piegas, e um refrãozinho mixuruca sem condição de continuar na competição.
Suellen Maia
Música Gospel sempre traz algo bacana, com grandes cantoras e ótimos instrumentais. Dessa vez ficou devendo: um violino fora do tom. A vocalista começou bem e nas partes mais altas quase alcançou as notas, faltou pouco. O instrumental ficou devendo muito, o tecladista errou algumas notas que se destacaram.
Grupo Afal
O casamento foi bem entre os dois vocalistas, a batida bem colocada, a garota extremante afinada, o rapaz abusou da licença poética usando expressões de linguagem coloquial que incomodava os ouvidos dos que estavam assistindo.
Blezz
Não chamou a atenção e até abrirem a boca todos achavam que teríamos uma dupla de pop, porque não representavam o estilo do ritmo apresentado. Não empolgou e foi desinteressante e, muito aquém daqueles que defendiam o mesmo esquema.
Luismar Doca (Sertanejo)
A proposta do sertanejo foi bem, a banda um pouco desencontrada, mas o vocal foi forte e decisivo. A letra normal do sertanejo sem grandes considerações.
Calango Bandido
A coisa mais tosca que eu já vi. Quando começou, achei que seriam os ganhadores da noite, mas passou alguns instantes e após o vocalista abrir a boca achei que a organização do evento estava de sacanagem: muita merda. A letra insignificante e a melodia doída, sem contar três minutos de solo que apesar de bem feitos foram sem propósito na música. O baixista, não se sabe, não saiu nos PAs e só vimos sua performance corporal.
Pesa Nervos
Teve um dos melhores instrumentais da noite, dando destaque ao guitarrista que colocou bons solos na canção que tocou e em mais algumas bandas. Sobre a letra não há como falar, já que o microfone do vocalista estava quase sem volume, mas deu para perceber que ele estava semitonando em algumas partes.
Oreganos
Definitivamente não podemos chamar aqueles quatro rapazes de banda. A música começou em um tempo, e contrariando a regra, eles conseguiram diminuir a levada da música. Baterista inexperiente, sem tempo e pegada. O guitarrista base fraco, já o guitarrista solo não se escutava, mas se também estava no mesmo esquema, melhor não ter escutado. O baixista/vocalista se perdeu, cantou com uma péssima dicção e o pior: a letra pobre com rimas pavorosas.
Banda Garboso
Quando começou, pensei que era uma banda de metal e estavam indo bem até entrar o vocal. A música se mostrou péssima e o vocalista cantou desafinado, afogando nas suas palavras. A baterista mediana entrou no vocal, piorando. Essa foi uma das piores da noite. Difícil de escutar.
Lady Lanne
Corre um boato que eles já ganharam esse mesmo festival numa outra edição. A banda deve ter mudado bastante, já que apresentou um ótimo instrumental e um vocalista cover da banda Vanguart, só que bem mal feito. Uma letra extremamente pobre que faria o Restart ser considerado um Bob Dylan brasileiro. O vocalista além de péssimo cantor, gritava no microfone demonstrando sua falta de dinâmica. Acho que um dos motivos para justificar a ser a apresentação final, é justamente o fato do microfone usado pelo vocalista provavelmente ter ficado ensopado depois de tantos gritos, tornando-o insalubre aos outros concorrentes da noite.