segunda-feira, 22 de outubro de 2012

IV Famu - considerações sobre a final



Organização
Com o som melhor regulado, e uma noite de tempo aberto, o nível das apresentações elevou-se, enfatizando as qualidades e também defeitos das músicas.

Chapéu de Palha
Repetiu a boa apresentação de ontem, com uma grande melhora, já que desta vez foi possível entender toda a letra e ouvir a viola tocada pelo vocalista.

Grupo Afal
Num festival marcado pela irregularidade do equipamento de som, o grupo (dupla) beneficiou-se por usar playback no lugar dos instrumentos. Vocalistas bem afinados, e a intimidade com a música defendida, fizeram que se destacassem na noite.

Lady Lanne 
O instrumental repetiu a apresentação de ontem, a afinação foi bastante irregular.  Com a melhora do som, ficou ainda mais evidente a letra razoável.

Celso Galvão
 Uma ótima apresentação, sendo o que mais evoluiu de um dia para outro. Ao usar a gaita, além de dar um upgrade na música, Celso elevou sua dinâmica no palco.

Ismar Ferrais
Os músicos pareciam mais entrosados do que ontem, conseguiu empolgar o público com um refrão fácil.

Pesa Nervos
Como foi possível entender o que o vocalista cantava, melhorou a qualidade e abrilhantou o que já era de alto nível.

Oreganos
Apenas repetiram a apresentação de ontem.

Muth
Melhora significativa das vozes por causa do som, fez uma boa apresentação, destaque para a bateria marcando o segundo e quarto tempos do compasso dando um melhor caimento à música.

Banda Garboso
Como não tínhamos mais o “fator surpresa”, não estranhei tanto a introdução pesada típica de uma banda de metal. Mas mesmo assim, a música deixou a desejar. Destaque novamente as semitonadas.

Gaminni
As meninas da Gamini melhoraram, mas o fator experiência ainda compromete o desempenho geral. Acredito que, o grande destaque da banda,  não deve ser o fato de ser formada apenas por mulheres. Essa visão é machista. Elas podem, e devem mostrar o seu valor, mas hoje acho que não.

DAS PREMIAÇÕES

Revelação
É um prêmio muito subjetivo: o que define uma revelação? É a primeira vez no festival? É um artista novo? É um estilo musical inesperado?... Este prêmio foi para a Banda Garbosa, da Bahia. Sua apresentação não foi "grande coisa", será que levaram o premio por ser “Surpresa”, e não serem uma banda de metal como sugeria a introdução de sua música?

Interpretação
Quando escutei que a Lady Lanne ganhou este prêmio, "quase tive um derrame". Como assim?! Um vocalista que mal consegue cantar afinado, que sua principal característica foi os gritos, que não auxiliaram em nada passar a mensagem da música, ganhar prêmio de interpretação? Pular no palco não deveria ser critério de avaliação. Impor um modo de cantar para que a mensagem da música seja transmitida da melhor forma, isto sim é interpretação.

Classificação
Acho que os três primeiro mereceram as colocações. Talvez o Celso Galvão pudesse estar por ali, mas de modo geral me agradou. Só acho que a classificação poderia estar invertida. Chapéu de Palha entrou com uma música diferente das outras, mais autêntica. E o público do local também pensou assim, de acordo com o “aplaudômetro” aplicado pelo apresentador ao final das apresentações.

Considerações finais
Ao escrever as minhas opiniões, eu quis expressar a minha insatisfação com o nível das canções, que no geral, foi mediano. Acho que os músicos que se apresentaram são capazes de produzir material melhor. É muito fácil dar tapinha nas costas dos outros dizendo: “Você foi bem!”, “Gostei de você!” e coisas do gênero. Dizer o que realmente se pensa pode não soar "elegante", porém este mesmo artista terá um ponto de vista diferente do habitual. Espero que no próximo festival, as músicas sejam mais desafiadoras e inteligentes. E fica a pergunta: como  expressar este desejo dizendo coisas como, “Todos estão de parabéns!” e “Vocês já são os campeões por participarem!”?

6 comentários:

  1. Acho que o Chapéu de Palha devia ter levado também. Agora o povo aqui só fica falando pro cara por o nome dele só pra saber quem vai ofender. Anápolis tem panela sim! Por mais que dizem que não ela existe sim. Eu mesmo já cantei a pedra de quem estaria participando e ano que vem eu canto dinovo. É simples pra quem conhece os musicos, bandas daqui.

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  2. Então, né?! Acredito que um pouco do que foi discutido aqui ontem, valeu. O som estava bem melhor! Alguns artistas, tentaram superar sua apresentação de sábado, e conseguiram. Outros, nem tentaram, e mostraram sua total falta de capacidade em aceitar o erro. Fazer cover em um festival de música inédita é no mínimo amadorismo! Caramba, desafinar, semitonar, não é crime, mas é um erro grotesco para quem se acha um cantor de qualidade.
    Ainda bem, que por causa do barulho feito aqui, o jogo de cartas marcadas não foi feito, pelo menos do jeito que sempre acontece, agora temos o outro festival. E pelo que acabei de ver aqui na Net, aquela panela tb está no comando. Será que lá tb vai ser ignorada a inteligência do artista Anapolino? Quero acreditar que não! Gente, por favor vamos abrir a boca contra quem quer fechar o circulo cultural Anapolino, tem muita gente de qualidade por ai... Aguardo os próximos posts do autor sobre o festival que começa hj! Vamos agitar o cenário musical...

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    1. Alexia, quando você fala de panela, você poderia contar a sua visão das coisas? De preferência por email: olharanapolis@gmail.com. valeu, obrigado.

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  3. Bom dia olhar Anápolis... Bom, só pra fazer uma correção ,o nome do grupo que ganhou o 1° lugar é AFAL , e não aftal como vem sendo divulgado. Se puder corrigir pra gente. Desde já agradeço

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  4. venho acompanhando os posts do autor-anônimo que tem todo o direito de assim se manter, até porque isso preserva a sua pessoa, já que mexer com egos-artísticos é mais perigoso que mexer com os Talibãs nos tempos de Bin Laden derrubador de torres gêmeas... Fez uma boa e idiossincrática, porém bastante técnica, visão do evento. Teorias da conspiração surgem e surgirão para justificar uma derrota aqui outra ali nos comentários. claro... o artista brasileiro carrega no seu DNA, desde os tempos do primeiro Modernismo Paulistano e Mineiro, a mania de depender do governo para se manter... para exercer seu ofício e chegar ao público ele depende do Estado... sendo assim a briga por festivais não é algo novo, na verdade é cultural... o dinheiro do governo é algo muito desejado num país onde mesmo com todas as possibilidades criadas pela internet, mantém a mente fechada num modus operandi viciado pela mesmice de sempre! E a coisa é muito mais que complicada do se possa analisar aqui! Iniciativas como o Fora do Eixo passam de mocinho à vilão de uma hora pra outra, ou melhor, no instante em que fazem sucesso, quem tá lá dentro sabe do que tô falando! olha só, ficou evidente material para um longo e ácido texto, que versaria sobre a índole do artista brasileiro, e por tabela, o artista Anapolino. Melhor eu concluir e não mexer mais nisso: Não importa a ordem dos vencedores, haveria chiado em qualquer situação... imagino como falariam se o chapéu de paia ganhasse, ou Lady Lane, ou a banda da mina do Solo de guitarra que não ficou muito bom.. falariam de qualquer jeito, ou por dor de cotovelo, ou pela mania brasileira de odiar o sucesso dos outros... vai saber! o fato é que o festival passou, panelas e outros festivais estão vindo, e novas contendas pós-resultados no território amplo da internet acontecerão! um eterno mar de mimimimi há de rolar... o bom é que nessa briga pode ser que se fortaleça uma cena anapolina de música, ou pode ser que afunde de vez o pouco que há (governamental ou não) no entanto pediria para que nossos colegas pelo menos respeitassem-se, não menosprezem o trabalho de ninguém e tentem refletir sobre qual foi o real vencedor desse festival levando em consideração que não é difícil só pra um mas para todos os envolvidos, parabéns à coragem do autor, aos vencedores, e fico na torcida pela maturidade do artista anapolino! e quiçá do Brasil! e por favor, não ofendam minha mãe ou a minha gramática, foi apenas minha opinião pessoal sobre tudo isso ae...

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  5. Parafraseando Geraldo Vandré...a vida não se resume em festivais. Neste momento de furor no coração do músico, neste momento em que suas qualidades e defeitos estão latentes e expostos nossas vaidades cegam nossa visão, densa neblina...mas calma gente. Na escuridão da noite não tem porquê camuflar...o valor atribuído a cada posição não reflete a qualidade ou suposta superioridade de uma canção para outra...não há como comparar. Quando toca uma música não precisa saber se é boa ou ruim, nem há como, apenas se ela nos toca ou não. O principal objetivo de tds que subiram naquele palco, teoricamente, era "se" tocar e assim tocar quem assim se sentisse aberto e comungado em música, que agora vos revelo é o verdadeiro segredo do medo, do medo, do medo...essencial

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